segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

São Luis do Paraitinga

Amigos,
Tenho que agradecer pelo apoio incondicional que estão dando a população de São Luis do Paraitinga. Parabéns a todos que abriram seus corações em prol do próximo!
Mas peço a todos que continuem com o trabalho solidário, faz 2 meses e meio que aconteceu a enchente e reparo que muitas pessoas já esqueceram dos que realmente precisam. A mídia já nem noticia mais a cidade de São Luis do Paraitinga.
Muitas pessoas solidárias de vários lugares do país são fundamentais na vida dessas pessoas, pois continuam auxiliando a população, mas chega um momento que não se tem mais força, sinceramente muitas vezes me sinto nadando contra a maré!
Sei que tenho pedido muito a vocês, mas me incomodo com o conformismo da população brasileira que não luta em união para melhorar a vida do país. Sempre vemos pessoas fazendo benevolência para serem recompensadas, tirando vantagem diante de tragédias, e tenho comigo que se é para agir assim é melhor não ajudar, prefiro que “SE TIVERMOS QUE TIRAR VANTAGEM QUE ELA SEJA PARA TODOS”.
A população de São Luis do Paraitinga (e de outras cidades, até São Paulo) na enchente perdeu tudo, e quando escrevo tudo significa: roupas, roupas intimas, material higiênico, utensílios domésticos ( panela, colher, garfo, faca, copo) alimento, móveis, medicação e principalmente suas casas e trabalho.
Existem pessoas que continuam morando de favor, que continuam sem luz em casa, que estão esperando ajuda com qualquer material de construção para poderem com suas mãos levantarem suas casas. Vi cenas de moradores que choram quando simplesmente recebem um bom dia de um solidário, essas pessoas estão completamente abaladas e precisam receber palavras de esperança. A construção é algo demorado, por isso quando se olha para a cidade parece que nada mudou, mas ela continuará sendo demorada se essas pessoas que perderam tudo não tiverem ajuda para comprar o material de construção.
Temos que agradecer por tudo que temos e ainda poderemos ter, mas como sempre falo: “quem pode ajudar tem obrigação de ajudar, com qualquer coisa”. E quando escrevo “qualquer coisa”, é no real sentido da palavra: brinquedo, eletrodoméstico (um radinho de pilha), móveis (pode ser apenas uma cadeirinha), material de construção (uma lixa de parede, será que é muito?), instrumento musical (a cidade tem uma fanfarra que perdeu todos os instrumentos) apoio psicológico, doar seu ouvido, usar suas palavras (escutar o que um morador tem pra dizer, já é de grande valia).

A solidariedade não acontece apenas no Natal quando todos querem mostrar que limparam seus armários com velharias inúteis e encaminham a uma igreja, um orfanato, uma ONG. A solidariedade deve ser diária com o auxilio ao próximo, é um dever como cidadão.

Amigos, se não puderem ajudar encaminhe as informações para seus próximos (amigo, vizinho, parente) que você já estará ajudando muito, o que não podemos é deixar que as pessoas se esqueçam do que aconteceu em São Luiz do Paraitinga, pois faz parte do nosso país.

Vemos todos os dias na mídia, tremores, terremotos... e o que ouvimos é: nossa o mundo está acabando... Até o momento que verificamos que o mundo é o mesmo para todos, e que estamos sujeitos a desastres.

Vamos cuidar da nossa casa antes de enviarmos ajuda para fora, vamos auxiliar o próximo, o que está ao lado, São Luis do Paraitinga, Cunha, Catuçaba são cidades muito próximas de São Paulo e que precisam de ajuda.


É com todo meu coração, faça sua parte também, a felicidade que sentimos é enorme em fazer o bem!
E por favor, não preciso que enviem email me parabenizando pela atitude e iniciativa, essas pessoas precisam de emails dizendo que estão dispostos em ajudar.

Como sempre agradeço antecipadamente a colaboração dos amigos,
Lara Coninck